Otan reforçará soldados no leste e faz advertência à China
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou, nesta terça-feira (23), que está preparando a mobilização de forças de combate extras para quatro países de seu flanco leste e fez uma advertência à China por seu apoio à Rússia na Ucrânia.
Na véspera de uma cúpula da aliança em Bruxelas, o secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg, prepara o envio de grupos táticos adicionais que já estão na Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia.
“Espero que os líderes estejam de acordo com o fortalecimento da posição da aliança em todos os domínios (…) O primeiro passo é o envio de quatro novos grupos de combate para Bulgária, Hungria, Romênia e Eslováquia”, afirmou Stoltenberg.
Nessa cúpula, os líderes da Otan buscam reafirmar o apoio à Ucrânia com gestos concretos.
“Estamos determinados a fazer tudo o que pudermos para apoiar a Ucrânia. Mas temos a responsabilidade de garantir que a guerra não escale além da Ucrânia para um conflito Otan-Rússia”, acrescentou.
Tal cenário, observou Stoltenberg, “causaria ainda mais morte e ainda mais destruição”.
De acordo com ele, a Otan espera aprovar “suporte adicional, incluindo assistência em cibersegurança, assim como equipamentos para ajudar a Ucrânia a se proteger de ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares”.
Nesta mesma terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em Washington que a possibilidade de um ataque russo com armas químicas na Ucrânia era uma “ameaça real”.
Stoltenberg afirmou que o uso de armas nucleares “mudará fundamentalmente a natureza do conflito. A Rússia deve entender que nunca se deve travar uma guerra nuclear e que nunca se pode ganhar uma guerra nuclear”.
Para o chefe da aliança atlântica, “a Rússia deve cessar suas ameaças nucleares. Isso é perigoso e irresponsável”.
Da mesma forma, o uso de armas químicas mudaria completamente o cenário da guerra. “A mensagem mais importante agora é que o uso de armas químicas é absolutamente inaceitável e teria efeitos profundos”, disse.
Nesse cenário, Stoltenberg também fez uma advertência à China, acusando-a de contribuir para divulgar “mentiras” preparadas pela Rússia.
“A China forneceu apoio político à Rússia, inclusive por meio da divulgação de mentiras descaradas e de desinformação. Os aliados se preocupam que a China forneça apoio material à invasão russa”, disse.
Por conta disso, os líderes da aliança militar devem “fazer um apelo à China para que cumpra suas responsabilidades como membro do Conselho de Segurança da ONU e se abstenha de apoiar o esforço de guerra” russo na Ucrânia.
Belarus, acrescentou, “permite a invasão” da Ucrânia, fornecendo pistas e infraestrutura militar, e permitindo que a Rússia “use seu espaço aéreo”.
A Otan resiste aos insistentes pedidos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para a implantação de uma zona de exclusão aérea sobre o território ucraniano, pois isso poderia representar um conflito aberto com a Rússia.